Bom noite pra você que acordou cedo, trabalhou o dia todo e terminou com a sensação de que ainda assim, o que ganhou não é seu. Porque, no Brasil, trabalhar significa sustentar um Estado que te cobra como se fosse Suécia, mas te entrega como se fosse Sudão.
Quase 40% da renda do brasileiro médio vai direto para o sustento da máquina pública. É isso mesmo. Quarenta por cento. Um número que nos coloca lado a lado, em termos de carga tributária, com países nórdicos. A diferença é que lá o dinheiro volta. Aqui, evapora.
O problema é estrutural. Enquanto países com renda parecida com a nossa têm carga tributária média de 24%, o Brasil ultrapassa esse teto com folga e sem constrangimento. E o pior: não existe, proporcionalmente, uma contrapartida em serviços. Educação básica? Lenta e ineficiente. Saúde? Superlotada e precarizada. Segurança? Um direito seletivo, na prática.
Não à toa, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário classifica o Brasil como o país com o pior retorno de impostos do mundo. A gente paga caro para ter pouco. É como assinar um plano premium e receber conteúdo bloqueado.
Essa relação desigual entre contribuinte e Estado vai além da frustração pessoal. Ela compromete a produtividade, desestimula o empreendedorismo e afasta investimento. Quem quer arriscar num ambiente em que o peso da tributação sufoca antes mesmo da empresa dar lucro?
Enquanto isso, seguimos em um modelo perverso, onde quem produz sustenta privilégios de uma máquina lenta, opaca e muitas vezes ineficaz. O Brasil cobra como país rico, mas entrega como um país que ainda não entendeu o básico: imposto é contrato, não castigo.
Se quisermos crescer, o ponto de partida é claro. O Estado precisa caber no bolso de quem trabalha. E isso só vai acontecer quando o governo parar de fingir que é eficiente, e começar a prestar contas como qualquer empresa que recebe dinheiro de alguém: entregando resultado.
